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  • Foto do escritorTHAYSA FERREIRA DE ALMEIDA

HQs de terror: uma educação pra lá de sinistra!


No cenário dos quadrinhos o terror tem um espaço bastante relevante se entrelaçando em diversos subgêneros como mistério, suspense, sci fi e por aí vai, que abrangem do “terrir” ao terror e abarcam diversas faixas etárias. O fascínio pelo sinistro e pelo sobrenatural é extremamente comum, afinal aquilo que nos é desconhecido tem potencial para despertar bastante interesse!


Mas por que é relevante utilizar histórias de terror na educação? Esse gênero apresenta e representa diversos medos, ansiedades, nojos e horrores até onde nossa imaginação pode alcançar. Por que alguém gostaria de consumir algo que dá medo? Já não temos medo suficiente em nossas vidas?


Muitas vezes estas histórias (especialmente para faixas etárias menores) trazem no seu cerne a perspectiva de lidar e enfrentar os medos, nós nunca aprendemos o que fazer com estes sentimentos e sensações, nas narrativas de terror podemos experimentar através dos personagens. O que eu faria nesta situação? Eu teria coragem?


Outro fator interessante para se analisar seria o contexto sócio-histórico da produção, podemos buscar investigar o que causa medo em determinado período e a quem? Na Era Vitoriana, por exemplo, surgem diversas narrativas góticas nas quais podemos associar a opressões morais, sociais, religiosas e sujeitos que não tinham espaços onde se expressar para além das artes e das histórias.


Uma última razão para utilizar histórias de terror na educação é o interesse! Os jovens gostam de consumir ou tem curiosidade nestas histórias, grandes clássicos do terror cercam nosso imaginário, quem nunca mesmo morrendo de medo chamou por comade flulorzinha com seus amigos, só pra ver o que acontecia?


Nossa percepção e construção de mundo é marcada por histórias, e as de terror são produzidas especialmente para despertar sensações ou emergir em uma atmosfera com outras estruturas de lógica. Utilizar estes elementos para construir diálogos e reflexões é uma oportunidade com grande potencial.


Três indicações pensando em públicos e terrores distintos seriam:


  1. Jerimum a exorcista assalariada (Deleon Stu)

Essa recomendação é indicada para 12 anos e contém humor, ação e elementos sobrenaturais como motes principais da narrativa, é o famoso “terrir”. A intenção não é gerar a sensação de medo, mas brincar com elementos sobrenaturais como diversos tipos de demônios, monstros e aperreios a partir do humor e da aventura. A história acompanha Jerimum e Baião caçando demônios como ganha pão. Possui diversas referências e vocabulários regionais e no início dos capítulos traz uma estética bem semelhante à cultura cordelista, mas numa pegada bem original!




2. O segredo de Baba Ganush (Caio Yo)


A classificação para esta história é 16 anos, contém mistério, elementos de terror e sobrenatural. Esta história tem um tom um pouco mais sombrio que o anterior, Ganush é um velho que sabe ser perverso e maldoso, encontrou esta forma como resposta para a crueldade que foi exposto em sua vida. Quais segredos esconde o velho Baba Ganush? Pichoux, o aprendiz de Ganush vai através do seu sinistro boneco de ventríloquo buscar descobri-lo. (Essa história também se encontra em formato de audiolivro no Youtube!)


3. Beladona (Ana Recalde e Denis Mello)


A classificação indicativa para esta história é 18 anos! Chegamos em uma história com temas mais complexos e narrativa mais tenebrosa. Beladona trata da história de Samantha que é assombrada em seus sonhos. No mundo dos sonhos ela é perseguida por espíritos malignos, que no decorrer da história se entrelaçam com dificuldades que Samantha enfrenta no mundo real: violência, depressão e também superação.


“Contos de fadas são mais que verdade; não porque nos dizem que dragões existem, mas porque eles nos dizem que dragões podem ser derrotados.”

-Neil Gaiman




Tayane Ferreira.

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